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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Memória de Nossa Senhora do Rosário

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc
1, 26-38)
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo (Χαῖρε, κεχαριτωμένη, ὁ κύριος μετὰ σοῦ)!"

Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim".

Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível".

Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.
A Igreja, celebrando hoje a memória de Nossa Senhora do Rosário, nos propõe uma página de São Lucas que ilumina a récita piedosa e tradicional do santo Terço. O Evangelho deste dia traz justamente o episódio da saudação angélica, que imortalizou uma das mais singelas e conhecidas orações católicas: a "Ave-Maria". É importante termos em mente, antes de tudo, que este trecho de São Lucas é único; trata-se, com efeito, do único passo de toda a Sagrada Escritura em que um anjo se dirige elogiosa e humildemente a um ser humano. À exceção desta, todas as demais narrativas bíblicas apresentam um anjo a chamar a atenção do homem, a adverti-lo, mas nunca a elogiá-lo. O Evangelista Lucas, no entanto, nos mostra aqui o Arcanjo São Gabriel a chamar à Virgem Maria "cheia de graça" (κεχαριτωμένη). Ele enfim encontrara alguém dentre os homens que amasse a Deus mais do que ele próprio era capaz de amar. Daí a surpresa, a como que admiração que Gabriel deixa transparecer neste seu encontro com uma criatura cujo amor a faz transbordar de graça.
Repetir estas palavras do anjo—"Ave, cheia de graça!"—é também uma arma espiritual, como São Pio de Pietrelcina chamava ao Rosário. Mas uma arma para quê? contra quem, afinal? "Não é contra homens de carne e de sangue", responde São Paulo, "mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares" (Ef 6, 12). O Rosário, nesse sentido, faz frente a Lúcifer e seus demônios: joga-lhes em rosto a grandeza da Virgem Maria; fere-lhes o orgulho ao mostrar como Nossa Senhora pôde, pela humildade e pelo amor, tornar-se Rainha do Céu e da terra. Devido a este imenso amor que a Virgem tem por Deus, Gabriel lhe diz: "O Senhor é contigo." Maria está com Deus, ela O vê face a face, O ama para sempre, goza de Sua companhia. E como isso deve enfurecer a Satanás, que por soberba rejeitara a Deus e se fechara em si mesmo! Como as palavras de Gabriel devem fazer roer de inveja estes pobres demônios, que nunca viram nem nunca verão o rosto do Senhor!
Esta verdade do amor de Deus no coração de Maria é uma das mais eficazes armas conta as investidas do diabo, contra os ataques daqueles que não podem aceitar que não é orgulho, mas somente a humildade que nos faz reinar com Deus. Rezemos, pois, o Rosário todos os dias e peçamos à Virgem Santíssima, que roga por nós e nos deseja ver junto de si na glória celeste, o seu doce auxílio agora, mas sobretudo na hora de nossa morte.

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