E todo cristão se alegra!
Eis que começa amanhã o glorioso mês de maio, o m?ês abençoado por Maria. Um mês inteiro, de todo propósito, para glorificar a boa Mãe do céu, cantar seus louvores, contemplar as suas virtudes, apregoar as suas grandezas, oferecer-lhe flores, sacrifícios, orações... E todo bom cristão se alegra!
Um mês inteir o de bençãos, de granças especiais - e de chuva de rosas, mas abundantes e perfumadas, do que as de Santa Terezinha.
É isso o mês de maio: uma correspondência mais íntima e assídua entre Maria e seus devotos, entre a Mãe Santíssima e seus filhos pecadores; um meditar, cheio de admiração, as glórias da Virgem, e um compadecer-se, cheio de amor, das misérias dos homens; um subir de loas e de súplicas e um descer de favores e de benefícios. É isso o mês de maio, o mês de Maria
Eis que se alegra todo cristão que ama a sua Senhora. Quer dizer que se alegra toda a cristandade, porque todo o verdadeiro cristão ama, forçosamente, a Maria, sua Mãe e sua Soberana.
E nós nos alegramos também. Assim como se alegra o pobre que entra na sala dos tesouros reais; assim como se alegra o faminto convidado à mesa de um banquete; assim como se alegra o peregrino no deserto ao ver diante de si um oásis; assim como se alegra o bom filho ao se atirar no regaço acolhedor de sua mãe. Pois não nos é tudo isso o mês de maio?
Mas que não seja estéril a nossa alegria! Antes, aumente ela o culto e a glória externa de Maria Santíssima, e nos alcance a nós muitas graças.
Vamos a um tesouro, enriqueçamo-nos; a um banquete, saciemo-nos; a um oásis, repousemos; a um regaço de Mãe, amemos! E tudo isso será verdade se soubermos nos aproveitar do mês que amanhã começa.
Como faremos? Imitando o pintor e o poeta da lenda.
Enlevados pela beleza de sua soberana, queriam reproduzir os seus traços na sua tela e nos seus versos. Mas trabalhavam em vão. Tudo sabia muito aquem da realidade. Um dia vagavam tristes pelo bosque, quando se encontraram com um eremitão, a quem contaream o seu desconsolo, mostrando-lhe a imperfeição de suas obras.
- Mas não vedes, mesu filhos, o que lhes falta? Nessas rimas e nestas cores falta a alma da rainha!
- A alma?! Mas se ela não no-la mostra?!
- E faz muito bem a Soberana em ocultar a sua grandeza. Vós é que deveis descobri-la, a través de sua bondade, de sua nobreza, de sua pureza, de sua generosidade, de sue amor.
E eles entregaram-se ao trabalho com novo entusiasmo. E fascinados pela beleza da lama da Soberana, foram pouco a pouco transformando a própria alma, e já nem podiam afastar-se do seu palácio onde começaram a viver - a custo do tesouro régio - não como súditos, mas como filhos... pois não são a pintura e a poesia de estirpe real?... E as obras saíram perfeitas!
Esta lenda é comentário à palavra da Escritura: "Toda a glória do rei está na sua alma" (Ps 44,14)
Contemplemos nós também, com pureza, com fé, com recolhimento, com humildade e com amor, a alma gloriosa de Maria...
Quem me achar terá achado a /vida! (Pv 8,15)
Quem achar a Maria terá achado a Jesus Cristo Nosso Senhor.
Que a sua visão, pois, nos fascine as nossas almas, transformando-as totalmente por ela em Jesus, exemplar de toda a perfeição. Assim seja.

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